Não é tão simples aceitar a morte e seguir em frente.
Com as férias chegando e a faculdade parando de enviar tantos trabalhos, esse redator resolveu tirar um pouco de sua poeira e voltar a escrever alguns posts para o ChuNan. Em uma das pesquisas para um Eu Recomendo, me deparei com um filme que eu nunca tinha ouvido falar, mas com um character design que me lembrava alguma coisa (até me tocar que ele é da autora de AohaRaido) e com um roteiro pseudo romântico somado a ficção cientifica que tornava tudo muito interessante. Após assistir precisei pausar toda a programação do post para fazer um especifico apenas para falar sobre Hal, afinal de contas ele poderia acabar passando batido por estar misturados com outras historias. É um review curtinho, de um filme curtinho, mas que está sendo feito com todo o carinho.
A HISTÓRIA
O coração de Kurumi está estilhaçado após a morte de seu namorado Hal em um terrivel acidente de avião. Ela não consegue mais ter forças para continuar vivendo sua vida sem seu amado e acaba desistindo do mundo. Mas a família, junto com um brilhante cientista chegam a conclusão que apenas uma terapia nada convencional poderia ajuda-la: a robô terapia. Eles transformam a aparência do robô QO1 em algo extremamente humano e o enviam para tomar conta da casa e da garota. Com o tempo, a ligação entre os dois vai ficando cada vez mais forte e aos poucos o passado do casal é revelado, mostrando que nem tudo são flores.
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Preferi não me alongar muito na história porque ela é bem curta e qualquer comentário pode virar um spoiler gigantesco, mas ela cumpre muito bem o seu papel apesar de parecer simples. Seu maior problema é justamente o fato do filme ter apenas 1 hora exata de duração. Eu gostaria de poder me ligar muito mais ao casal principal do que eu já havia conseguido! Pelo pouco tempo, eles ainda fizeram um bom trabalho, mas ao menos algo em torno de meia hora de conteúdo seria muito bem vindo. É interessante como eles vão apresentando passo a passo a historia do casal e dos personagens através de cubos mágicos onde os seus desejos são escritos em cada uma de suas faces, que vão surgindo cada vez que alguém a resolve. A partir daí, os desejos são materializados em flashbacks em formato de vídeo. É uma história curta, mas um belo e gostoso conto de amor.
É desse tipo de história que me faz lembrar porque eu ainda amo a narrativa japonesa. Amor este que fica cada vez menor com cada temporada cheia de colegiais, algo original e que não vejo muito em outros tipos de mídias que eu consumo tanto, como os americanos. Uma história que dá o tempo e se arrisca, começando logo com uma morte que não tem nenhum impacto (já que você não conhece o personagem) e nos mostrando todo o processo de cura; como é difícil o choque para a pessoa que acabou ficando para trás e como é o processo de perceber sobre tudo o que realmente é importante na vida.
Ele foi uma das primeiras animações da Wit Studio (Shingeki no Kyoujin e Owari no Seraph) e nossa… Como ela está linda! Cores vibrantes e ótimos efeitos, misturados com o lindo character design da Io Sakisaka – que apesar de não gostar de AohaRaido, ainda acho o traço dela incrível – torna tudo belo e ajuda ainda mais com a imersão do espectador. A trilha sonora é maravilhosa e muito bem encaixada; em muitas cenas ela é deixada de lado propositalmente, mas sempre acerta em cheio no momento em que dá o ar da graça. É engraçado ver que mesmo sendo no futuro, onde existem robôs e botões filmadoras, ainda temos uma visão de uma cidade mais tradicional e que ainda mantem os costumes até mesmo de um festival, dando um aspecto crível para aquele mundo. Tudo isso que estou falando é muito bem representado em uma cena – que claro não posso comentar, mas que na hora vocês saberão do que estou falando. A música, a animação, a história… tudo ali pra mim está perfeito. Em harmonia.
COMENTÁRIOS FINAIS
Minha real intenção ao fazer um review curtinho sobre esse filme, deve ser encarada como uma forma de recomendar que assistam e conheçam a obra. É esse tipo de animação que eu gosto de apresentar as pessoas que acabam falando mal de animes e mangás, dizendo que no final tudo acaba em putaria ou que japonês é tudo doente. Hal é uma história bela história sobre amor, morte e porque não a vida, mas que poderia muito bem ter lá mais uns minutinhos de duração para podermos ficar ainda mais conectados ao casal de protagonistas.
Caso tenham gostado do filme, recomendo também o mangá Watashitachi no Shiawase na Jikan. Além disso, Hal ainda ganhou uma adaptação em um mangá de volume único por Ayase Umi, autora do shoujo Seishun Note. No mais, por favor, se controlem nos spoiler nos comentários, porque não é divertido estragar a experiência das outras pessoas (ainda mais se tratando de um filme de apenas 1 horinha de duração).