Onizuka Eikichi. 22 anos de idade. Solteiro. Yoroshiku
Não podia deixar de começar a review com uma frase que o próprio Onizuka diz sempre que se apresenta para alguém.
Antes de qualquer coisa, tenho que dizer que não imaginava quanto tempo havia perdido sem ter visto esse anime, um dos mais engraçados que já vi na minha vida, chegando próximo de Slam Dunk. Onizuka é o personagem título e faz totalmente a merecer, seja por seu modo extravagante, seja por suas caras e bocas, e até mesmo por suas próprias ações para com seus estudantes.
Great Teacher Onizuka, ou GTO, é um mangá da autoria de Tohru Fujisawa, publicado na Shonen Magazine entre 1997 e 2002, contabilizando 25 volumes. Seu personagem principal é oriundo de uma série anterior do mangaká, chamada “Shounan Jun’ai Gumi!”, na qual Onizuka e seu amigo Ryuji (que também aparece em GTO) são líderes de uma gangue de motociclistas da região de Shounan, e que teve 31 volumes. Ambas as séries foram sucesso, o que fez o autor publicar mais duas obras centradas nesse universo: “Bad Company” e “GTO – Shounan 14 Days”. É importante ressaltar que o anime de Great Teacher Onizuka só compreende até o início do volume 14 do mangá, sendo necessária a leitura deste para conhecer o final da história (algo que pretendo fazer muito em breve).
A história
Conforme falei antes, em sua adolescência Onizuka havia sido um delinquente, líder de uma gangue, porém após se formar do ginásio, percebe que seu grande sonho é ser professor, mesmo que não tenha nenhuma aptidão para isso. Esse desejo é iniciado por dois motivos: dar aos estudantes o tratamento respeitoso que gostaria de ter tido em sua época no colégio e, principalmente, estar sempre rodeado de várias garotas de uniforme.
Antes mesmo de fazer a entrevista para começar a trabalhar numa famosa escola particular, Onizuka antipatiza com o vice-diretor, que faz de tudo para que não seja possível com que ele o protagonista consiga o emprego, porém, a diretora resolve dar uma chance ao ex-delinquente, dando-lhe a responsabilidade de lecionar para a classe mais problemática da escola, a famosa 3-4, que havia conseguido expulsar três professores no ano anterior. Tendo métodos pouco comuns para disciplinar, Onizuka tanto salva seus alunos de vários problemas, quanto chega a espancá-los para lhes dar uma lição.
Porém, justamente por esse jeito de ser é que ele vai conquistando um a um, fazendo com que a escola seja um lugar que todos gostem de estar. Um fato muito engraçado é que, em muitas situações, desde dando aula, até o momento em que está se vingando, Onizuka tem o hábito de se fantasiar imitando personagens famosos. Isso mesmo, ele faz cosplay de vários personagens de outros no decorrer da série, isso sem contar quando não veste fantasias de animais!
Entre os problemáticos estudantes da turma 3-4, podemos destacar alguns, como:
Noburu Yoshikawa: era hostilizado e espancado por garotas de sua sala, tanto que tenta se suicidar de tanta vergonha, sendo salvo por Onizuka, e assim tornando-se o primeiro estudante a fazer amizade com o professor, mesmo que continue sendo usado por este graças a seus conhecimentos em video-game.
Yoshito Kikushi: mais inteligente da turma 3-4, foi responsável por grande parte dos problemas causados aos professores expulsos no ano anterior, e o primeiro a causar problemas a Onizuka na Holy Forest, ao fazer montagens com fotos de situações não-convencionais.
Kunio Murai: líder dos garotos da classe, odeia Onizuka por seu modo despojado. Por ter uma mãe jovem e atraente, teme, com razão que seu professor dê em cima dela, o que acaba causando muitos conflitos.
Urumi Kanzaki: dona de um QI que ultrapassa 200, é tratada como um patrimônio da escola. Porém, graças a sua personalidade forte, aliada a vontade de humilhar os professores, torna-se um dos maiores problemas enfrentados por Onizuka.
Entre os professores da escola Holy Forest, onde Onizuka leciona, podemos destacar dois:
Azusa Fuyutsuki: professora novata que passa pela entrevista e começa a dar aulas na mesma época que Onizuka, com quem desenvolve grande amizade, preocupando-se sempre com seu bem-estar. Algumas vezes acaba até mesmo se envolvendo mais do que deveria nos problemas do atrapalhado professor.
Hiroshi Uchiyamada: vice-diretor da Holy Forest, desenvolve grande antipatia com Onizuka desde o começo. Embora preocupe-se com os estudantes, tem uma postura rígida e antiquada. Suas aventuras com seu carro (um Toyota Cresta) são um espetáculo à parte.
Considerações Técnicas
GTO é um clássico anime de comédia com a temática desenvolvida numa escola e seus posteriores desdobramentos. Entre os animes do gênero, é de longe o que eu mais gostei.
Apesar de não ter uma história sequencial, e sim várias desenvolvidas ao longo de seus 43 episódios, o modo como estas se desenrolam faz com que seja impossível resistir ao impulso de ver um episódio atrás do outro (o que fez com que eu visse a série toda em cinco dias xD), querendo saber o que vai acontecer no próximo episódio, quem será o próximo estudante que vai “entrar para o time” de Onizuka. A vontade realmente é de ter aulas com um professor como esse, que faça palhaçadas e respeite seus alunos.
A animação ficou a cargo do famoso Studio Pierrot e, a meu ver, a qualidade é muito boa, ainda mais sabendo que foi feita ao fim do milênio passado, não deixando nada a desejar em comparação às de hoje.
GTO tem duas aberturas, ambas animadas e muito boas. A primeira chama-se “Driver’s High”, da banda L’Arc~en~Ciel, e é MUITO viciante, daquelas que tenho vontade de ouvir muitas vezes, várias vezes ao dia (de fato, a estou ouvindo muitas vezes enquanto faço esta review :P).
A segunda se chama “Hitori No Yoru”, do Porno Graffitti, e também é muito boa, embora eu ainda prefira a primeira. Quanto aos encerramentos, é seguido o tradicional das animações japonesas, sendo estes mais lentos, embora não menos bons, com destaque para o terceiro, ‘Cherished Memories”, da banda Hong Kong Knife.
Considerações finais
Creio que não restam dúvidas que, em minha opinião, GTO é um anime obrigatório para todos que gostem de comédia e de lições de vida. Mesmo que de uma forma escrachada, Onizuka acaba mostrando que não vale a pena desistir de seus sonhos, e que nada é impossível, sendo ele próprio um exemplo disso.
Aos que se interessarem por esta série, mas possam estar receosos de vê-la por ser maior que o normal (Trunks), vejam o primeiro episódio, pois ele pode ser considerado um piloto. Nesse episódio está um pouco de tudo que será encontrado no restante dos 42 episódios seguintes do anime.
Infelizmente o mangá ainda não foi publicado no Brasil, por isso o único modo de lê-lo é por meio da tradução de algum fansub, e posso dizer que vale muito a pena! Fica a torcida que alguma editora publique Great Teacher Onizuka no Brasil, assim como os outros derivados desse universo criado por Tohru Fujisawa.
por César